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O que é a curva de juros, como funciona e como interpretar?

As movimentações nas taxas de juros geram grandes impactos no mercado financeiro. Portanto, entender o que é a curva de juros e saber como interpretá-la é fundamental para auxiliar na escolha dos investimentos que farão parte da sua carteira.

Isso porque os juros estão relacionados à rentabilidade dos produtos de renda fixa e, consequentemente, na atratividade da renda variável. Logo, com esse conhecimento, será mais fácil montar um portfólio estratégico, visando potencializar os seus resultados ao longo do tempo.

Portanto, prossiga com a leitura deste artigo para aprender o que é a curva de juros, como ela funciona e como interpretá-la.

Acompanhe!

O que são os juros?

O estudo da curva de juros deve iniciar com a compreensão do que significa o termo juros. Em finanças, eles representam uma taxa (a remuneração) cobrada pelo empréstimo de uma quantia financeira. Ou seja, seria uma espécie de “aluguel” pago pelo uso do dinheiro.

Normalmente, o valor dos juros é expresso em percentual, podendo ser calculado de modo simples ou composto. Nos juros simples, aplica-se o percentual fixado sobre o valor inicial ao longo de todo o período do empréstimo.

Já os juros compostos são crescentes, pois são aplicados sobre o montante total da parcela anterior. Então o seu cálculo considera um resultado que já teve a aplicação de juros anteriormente. Por esse motivo, eles também são chamados de juros sobre juros.

Na prática, os juros simples geram um crescimento linear, enquanto os juros compostos mostram uma evolução exponencial. Portanto, em um mesmo período de análise, os juros compostos apresentarão um resultado maior que os juros simples.

O que é a curva de juros?

Também é importante entender o que é a curva de juros. Trata-se da representação gráfica da relação existente entre a taxa de juros e o tempo. Isso significa que, por meio dela, é possível projetar visualmente a tendência da evolução dos juros com o passar dos anos, conforme as condições atuais de mercado.

Como consequência, o uso da curva de juros permite traçar cenários sobre o retorno futuro em determinado investimento, por exemplo. Na prática, ela apresenta o custo do dinheiro em relação ao tempo, embasado na expectativa de juros futuros.

Seu uso faz muito sentido, principalmente, quando se considera investir em aplicações de renda fixa. Isso em razão desses investimentos estarem atrelados a uma taxa de juros — seja ela pós-fixa, prefixada ou híbrida (que une elementos pós e prefixados).

Como a curva de juros funciona?

Agora que você conhece o que são os juros e a curva de juros, ainda falta conferir como a curva de juros funciona. No mercado de crédito, as taxas de juros estão associadas ao risco de calote. Nesse sentido, os juros são maiores quando há mais riscos de o devedor se tornar inadimplente.

Em prazos pequenos, fica mais fácil deduzir o comportamento do devedor ou situações que possam comprometer o pagamento do empréstimo. No entanto, quando analisado sob um horizonte de prazo maior, os cenários podem ser diversos — o que dificulta qualquer previsão.

Na prática, existe uma tendência de aumento de juros com o avanço dos anos. Isso acontece para compensar eventuais perdas no futuro, se o devedor deixar de pagar o combinado. Então, a curva de juros busca representar visualmente essa relação.

É possível construir inúmeras curvas de juros, com vários títulos. Porém, a sua utilização é mais comum para traçar cenários sobre o estado e os rumos da economia no país. Isso costuma ser feito por meio dos títulos públicos (que representam a dívida do Governo Federal).

Normalmente, são utilizados os títulos do Tesouro Prefixado e os títulos do Tesouro IPCA + (indexados à inflação e uma taxa de juros fixa) para a construção das curvas. Os títulos do Tesouro Selic não costumam ser usados, já que estão atrelados à taxa básica de juros (Selic) e não sofrem tanto os impactos da marcação a mercado.

Felizmente, não é preciso fazer o cálculo da curva de juros por conta própria, já que ele é feito e divulgado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Você poderá consultar a curva de juros por período neste link.

Como interpretar a curva de juros?

Saber como interpretar a curva de juros é fundamental para quem atua no mercado financeiro, seja para investir em renda fixa ou variável. O motivo é que a curva fornece um norte sobre a evolução dos juros, o que impacta diretamente no retorno esperado em ambas as classes de investimentos.

Confira os três principais tipos de curva e o seu significado!

Curva normal

Esse tipo de curva, também chamada de curva de Gauss, mostra uma linha ascendente côncava, revelando uma leve progressão dos juros. Isso pode ser interpretado que a economia está bem e que, eventualmente, o Governo pode aumentar as taxas de juros levemente ao longo do tempo.

Curva de juros fortemente inclinada

Nesse cenário, uma grande abertura na curva de juros pode indicar que a economia tem grandes expectativas de crescimento. Porém, é esperado que o Governo atue de maneira mais agressiva na política monetária, seja por dificuldades em financiar seu déficit de longo prazo ou para manter sob controle a inflação.

Curva invertida

Na hipótese de a curva de juros estar invertida, é sinal que os juros de longo prazo estão menores que os juros de curto prazo. Nesse sentido, a economia pode estar entrando em um período de recessão ou estagnação. Assim, é comum o Governo reduzir os juros na tentativa de aquecer o mercado.

Outros tipos de curva de juros podem ser encontrados no mercado e ter interpretações distintas. No entanto, é preciso ter em mente que essa é uma ferramenta para interpretar a expectativa dos juros no futuro, o que não necessariamente significa que o mercado se comportará dessa forma.

Sabendo agora o que é a curva de juros, há chances de traçar o cenário da economia com base nas informações atuais de mercado. Assim, você terá maiores chances de escolher as alternativas de investimento mais adequadas para a sua carteira.

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