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Cenário da semana: os impactos das decisões de política monetária dos Estados Unidos, Brasil e Reino Unido

A agenda econômica da semana que antecede o feriado de carnaval iniciou ontem, segunda-feira (05/02), com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de Serviços/Composto no Brasil e nos Estados Unidos. Na terça-feira (06/02), o destaque fica para a ata de reunião do Copom. Na quarta (07/02), as vendas no varejo ganham foco no Brasil, a balança comercial nos Estados Unidos, e os Índices de preço ao consumidor e ao produtor serão divulgados na China. Na quinta-feira (08/02), é divulgado no Brasil o IPCA, Índice de preços ao consumidor.

Cenário internacional: Payroll acima das expectativas nos Estados Unidos

Após uma semana repleta de indicadores e eventos significativos para o mercado, a decisão de política monetária do Fed manteve-se em linha com as expectativas. Houve a manutenção do intervalo da taxa de juros entre 5,25% a 5,5% ao ano. Esta foi a quarta reunião consecutiva com a mesma decisão, o que indica resiliência e expansão da economia.  

O Payroll teve um número bem acima das expectativas, com a criação de 353 mil postos de trabalho em janeiro, mais do que os 185 mil estimados. Além disso, houve também uma revisão do dado de dezembro que anteriormente era de 216 mil e aumentou para 333 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego está estável em 3,7% e a renda média por hora fica em U$ 34,55, subindo para 0,6% em janeiro/dezembro.

Jerome Powell, presidente do Fed, reforça em coletiva de imprensa que o mercado de trabalho não demonstra sinais de fraqueza e que dificilmente o nível de confiança para o corte de juros em março seria alcançado. No início de janeiro, a probabilidade para corte dos juros em março  estava em 75% e após o comunicado está em 16,5%. O mercado então fica dividido para o início do ciclo de corte no dia 1º de maio (segundo CME Group, 53,9%).

Cenário doméstico: comunicado técnico e discurso contracionista do Copom

Fonte: Valor PRO (2024)

Impactada pelos dados do mercado de trabalho norte-americano, a curva de juros brasileira fechou a semana em alta. O Copom manteve um comunicado técnico com discurso contracionista, avaliando a importância do cumprimento das metas fiscais e realizando um corte na taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, reduzindo a taxa selic para 11,25%.

A previsão é que para a próxima reunião, o corte na taxa seja de mesma magnitude, abandonando reduções de 0,75%. O dólar teve uma alta semanal de +1,18%, sendo cotado em R$ 4,97. A bolsa fechou em queda de -1,38% na semana e –4,16% no período de 30 dias, influenciada principalmente pelas decisões de política monetária do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, pelos dados do mercado de trabalho norte-americano e pelo PMI Industrial (Caixin) da China – que indicou contração pelo quarto mês consecutivo.