Blog Messem

COEs: entre na renda variável com a proteção da renda fixa

O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é um produto relativamente novo no mercado brasileiro. Criado pela Lei 12.249/2010, mesmo projeto que criou as Letras Financeiras, essa aplicação mescla características da Renda Fixa e da Renda Variável. 

Assim como os fundos de investimentos, os COEs são instrumentos muito utilizados para diversificar o portfólio de investimentos de forma prática. Esses títulos são títulos similares às Notas Estruturadas, modalidade de investimento altamente popular nos Estados Unidos e na Europa. 

O que são COEs? 

Os COEs lembram bastante os fundos de investimentos. Assim como os fundos, essas aplicações são um conjunto de ativos que forma um portfólio diversificado. O COE é estruturado a partir de uma letra financeira, como um Certificado de Depósito Bancário (CDB) e um derivativo. 

“Esse derivativo muitas vezes pode estar atrelado a um índice de bolsa, seja ela americana, europeia ou asiática. Pode ainda ser um derivativo de um fundo de investimento, que ainda não é muito comum no Brasil, mas é muito comum em mercados mais bem estruturados, como é o caso dos Estados Unidos”, explica Pedro Fagundes, líder comercial e capitão de COEs na área de Renda Variável da Messem Investimentos. 

Existem, no entanto, algumas diferenças importantes entre COEs e fundos de investimentos. O COE tem um valor definido pela instituição emissora, além de ser um produto com data de vencimento estipulada. 

Por padrão, os COEs são emitidos por bancos e precisam ser registrados junto à B3. Desde 2015, estas aplicações podem ser oferecidas publicamente por corretoras e distribuidoras de valores mobiliários. Para ofertar um COE, a instituição precisa detalhar cenários de ganhos e perdas dos investimentos, bem como deixar pública a composição do certificado para que seja possível uma análise de suitability

Esses detalhes constam no Documento de Informações Essenciais (DIE), que conta com todas as características de um COE. “O DIE nos conta tudo sobre um COE. Nesse documento vamos ver desde as informações mais básicas, como o preço unitário desse ativo e sua data de vencimento, até algumas informações mais complexas sobre o produto”, explica Pedro. 

Também no DIE, deve constar quais as condições de saída do COE – em casos em que há essa possibilidade – e o ativo subjacente do produto. “O ativo subjacente é o derivativo a qual este COE vai estar correlacionado e que vai ditar o desempenho dele”, aponta o especialista. 

Quais as vantagens de investir em COEs? 

“Os três pilares básicos dos investimentos são rentabilidade, segurança e liquidez”, aponta Pedro. “O Certificado de Operações Estruturadas (COE) nada mais é do que um mix dos mundos da renda fixa e da renda variável, ele vai buscar a segurança da renda fixa e uma rentabilidade mais atrativa da renda variável. Quando juntamos essas duas características, nasce o COE”. 

Como você já deve ter lido ou escutado muitas vezes por aí, é quase impossível achar um investimento no mercado que tenha segurança, alto rendimento e uma boa liquidez. “O calcanhar de Aquiles do COE, digamos assim, é a liquidez. Ele é um investimento para longo prazo, que dura em média de 3 a 5 anos”, explica o especialista. 

Alguns COEs, da modalidade autocallable, podem ter seu prazo de vencimento antecipado caso o produto atinja determinado rendimento antes da data original ou cumpra alguma outra condição de saída especificada no DIE. Estes produtos são minoria entre os disponíveis no mercado. Para conseguir zerar sua posição em um COE antes da data de vencimento, o investidor pode negociar esse ativo, vendendo-o para outro investidor interessado. 

O COE se destaca, no entanto, é no que diz respeito à diversificação de carteira. O produto é uma das principais formas que o investidor brasileiro tem de acessar o mercado internacional. Com isso, é possível investir em produtos não correlacionados com o restante da sua carteira, aumentando o nível de proteção da mesma. A partir dos COEs, é possível investir em ativos cambiais, em commodities e diversas outras modalidades de investimento. 

“O COE é uma alternativa menos burocrática para aquele investidor que quer investir seu dinheiro no mercado internacional. Para investir em um fundo internacional, muitas vezes vai existir um valor mínimo de alocação para investir nesse fundo”, explica Pedro. “Esse valor pode ser de 50 ou 100 mil dólares, é um valor que varia bastante de gestora a gestora. O COE vai trazer a possibilidade de nós, investidores brasileiros, ter acesso a um mercado externo com valores muito menores. Em média, é possível investir em COEs a partir de 5 mil reais”. 

Por ser, geralmente, estruturado com a maior parte do capital alocado em renda fixa, os COEs tendem a performar bem em momentos em que o mercado de renda fixa está em alta. Um destes cenários em que os COEs se destacam é justamente quando a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, está em valores elevados. 

A exposição a commodities também é um grande trunfo dos COEs. “É possível investir, por exemplo, em ouro. O ouro é um ativo que não tem correlação com praticamente nenhum outro indicador e isso faz com que ele possa performar bem em momentos em que o restante do mercado está passando por dificuldade”, aponta Pedro. 

Com a exposição a ativos alternativos, muitos deles indisponíveis no mercado nacional, os COEs se tornam uma poderosa ferramenta para ajudar na diversificação do portfólio dos investidores. 

Perfil de investidor 

Existe uma enorme variedade de COEs disponíveis no mercado e, com isso, eles podem atender investidores com perfis muito diferentes. Na média, esses são ativos destinados a investidores de perfil moderado a agressivo. 

Investidores com maior apetite ao risco podem recorrer a COEs com maior nível de risco ao capital, que também possuem mais potencial de retorno. “Para investidores mais agressivos, existem alguns COEs com certo nível de risco no capital. Poucos COEs são estruturados assim, mas existem algumas opções com até mesmo apenas 80% do capital protegido e com maior potencial de retorno”, explica Pedro Fagundes. 

Isso não quer dizer, no entanto, que não existam COEs adequados para a carteira de investidores de perfil menos agressivo. Essas aplicações serão bem diferentes dos COEs mais arrojados e com menor nível de proteção no capital. 

“Você tem COEs hoje que não pagam IPCA ou uma taxa mínima e esse tipo de produto não é indicado para o cliente de perfil menos arrojado. Mas quando você tem um COE com taxa mínima de rentabilidade ou protegido da inflação, você pode oferecer ele para um cliente moderado”, explica o especialista. 

Em um cenário de muitas incertezas e volatilidade nos mercados, os COEs podem ser uma boa porta de entrada na Renda Variável para investidores iniciantes ou com níveis menores de apetite ao risco. 

Gostou do nosso post e quer saber como fazer alocações realmente eficientes na sua carteira de investimentos?    

Clique aqui e tire todas as suas dúvidas com um de nossos assessores de investimentos.