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Selic em alta: hora de investir em previdência?

A Selic, taxa básica da economia brasileira, está atualmente em seu maior patamar em mais de 5 anos. Como balizadora das operações de crédito no país, a Selic influencia a economia brasileira quase de ponta a ponta, tendo grande influência no mundo dos investimentos. 

No mercado de previdência privada não é diferente. Estes investimentos, que focam no longo prazo, são muito influenciados pela curva de juros. No texto de hoje, vamos ver como funciona essa relação entre a Selic e a previdência e como você pode tirar proveito desse período de alta nos juros. 

O que é a Selic? 

O Sistema de Liquidação e Custódia (Selic) é o sistema utilizado por instituições para negociar títulos do Tesouro. A taxa Selic nada mais é do que a média dos juros praticados na realização destas transações. 

Através da emissão de títulos, o Banco Central (BC) consegue controlar o mercado e fazer com que a meta estipulada para a Selic seja cumprida. Também com a emissão desses títulos, é possível arrecadar recursos para que o Governo Federal consiga fazer investimentos em diversas áreas da economia. 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne a cada 45 dias para discutir o panorama geral da economia brasileira e como usar a política monetária – principalmente as taxas de juros – para controlar a inflação ou estimular a atividade econômica, por exemplo. 

O momento da Selic 

Com a pandemia da Covid-19, muitos países se viram forçados a cortar as taxas de juros para as suas economias, fragilizadas com a crise econômica que assolou todo o mundo. O Brasil não foi exceção. 

A Selic já vinha em uma curva descendente desde 2016, quando estava em 14,00% ao ano. Em agosto de 2020, a taxa básica de juros da economia brasileira chegou a 2% a.a., sua mínima histórica. 

Os 2% a.a. se mantiveram até março de 2021, quando a escalada da inflação e a retomada de parte da demanda levada pela pandemia forçaram o Banco Central a elevar os juros pela primeira vez em mais de cinco anos. 

Esse movimento, conhecido como ‘aperto monetário’  

Como a Selic impacta a previdência privada? 

Quando a Selic esteve em sua mínima histórica de 2% a.a., muitos investidores acabaram migrando do mercado de renda fixa para a renda variável em busca de rendimentos reais em suas aplicações. Agora, com a taxa acima dos 10% a.a., a renda fixa volta a ser uma alternativa atrativa para aqueles que buscam menor exposição ao risco. 

“A previdência tem algumas regras próprias, mas ela é um fundo de investimento”, explica João Cesar, especialista em previdência privada da Messem. “A Selic influencia a previdência da mesma maneira que ela influencia um fundo de investimento”. 

Hoje, cerca de 83% dos fundos de previdência são atrelados ao mercado de renda fixa. Com isso, notamos que a previdência privada é uma das beneficiadas pelo atual ciclo de alta da Selic, que deve permanecer em patamares elevados pelo menos até o final de 2023 de acordo com as projeções do Boletim Focus. 

“A Selic em alta beneficia, e muito, fundos de previdência pós-fixados”, aponta João. 

Quais as vantagens da previdência privada? 

Muitas gestoras do mercado brasileiro hoje têm versões de previdência privada para seus fundos de investimentos. Na maioria dos casos, os ativos no portfólio são exatamente os mesmos. 

Essas semelhanças entre os fundos fazem com que muitos investidores se perguntem quais as diferenças entre eles e quais as vantagens de investir em previdência privada ante os fundos tradicionais. 

“Depende do perfil e dos objetivos do investidor”, aponta o especialista. “Se o investidor está pensando no longo prazo, previdência provavelmente é um bom caminho, mas no curto prazo talvez não seja a melhor opção”. 

No longo prazo, a previdência privada tende a se destacar ante outras alternativas de investimentos. Isso porque este é um produto pensado no longo prazo, com uma legislação que favorece este tipo de alocação e permite que os fundos de previdência, muitas vezes, superem o desempenho de um equivalente no mercado de fundos tradicionais. 

A previdência possui ainda uma série de vantagens tributárias. Investidores que optam pelo plano PGBL, por exemplo, conseguem deduzir anualmente até 12% da sua renda bruta tributável. Em casos de aplicações acima de 10 anos, a alíquota do Imposto de Renda para fundos de previdência chega a 10% – a menor de todo o mercado brasileiro. 

Uma das maiores vantagens da previdência ante os fundos tradicionais é a ausência do come-cotas – a antecipação do IR pela Receita Federal. 

“Em previdência não existe essa cobrança”, aponta João. “E por que isso é importante? É um dinheiro que continua no seu bolso ao invés de estar no bolso do governo e os juros compostos em cima desse dinheiro acaba fazendo muita diferença no longo prazo”. 

O investidor também pode transitar entre diferentes fundos de previdência, até mesmo de diferentes instituições financeiras, através da portabilidade. Desta forma, o investidor não precisa efetuar o resgate do capital e a alíquota segue sendo cobrada a partir da data do aporte inicial no primeiro fundo. 

“Nós temos bastantes estudos sobre isso. No longo prazo, o fundo de previdência pode dar de 15% a 20% mais retorno. Esse rendimento extra vem justamente por conta das suas vantagens tributárias”, explica o especialista em previdência. 

Estamos em um bom momento para investir em previdência? 

“Sempre é um bom momento para entrar no mercado de previdência”, aponta João. “Previdência é um veículo, não é o ativo final”. 

O perfil do investidor e o contexto do mercado ditam quais fundos de previdência privada estão em alta e influenciam diretamente na decisão de onde alocar o dinheiro. No momento atual, por exemplo, os fundos de previdência de renda fixa estão em alta e chamam mais a atenção dos investidores. 

No entanto, isso não quer dizer que os fundos de ações devem ser ignorados. Em momentos em que a Bolsa está barata como hoje, investidores de perfil mais agressivo e com maior apetite ao risco podem encontrar boas oportunidades para garantir lucros razoáveis no futuro. 

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