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Marcação a mercado: o que muda na renda fixa?

Na próxima virada de ano, o mercado de renda fixa brasileiro passará por uma mudança na forma como investidores acompanham suas aplicações. A partir de janeiro de 2023, CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos adquiridos via banco ou corretora passarão a contar com marcação a mercado. 

Essa mudança fará com que investidores possam acompanhar a variação diária do capital investido, fazendo com que seja mais fácil saber como os investimentos estão rendendo. 

No texto de hoje, vamos te explicar como funciona a marcação a mercado e o que muda na vida do investidor brasileiro com a aplicação deste recurso no mercado de renda fixa. Confira! 

O que é marcação a mercado? 

A marcação a mercado (MaM) nada mais é do que a atualização diária nos preços de ativos financeiros. Com ela, investidores podem mensurar o preço de venda de uma aplicação caso decidam vender o ativo antes do vencimento do papel. 

Na maioria dos casos, a MaM é atualizada diariamente. A marcação a mercado é importante para aqueles investidores que pretendem negociar seus investimentos antes do término da aplicação, caso contrário, permanecem válidas as condições acertadas na contratação do ativo. 

O preço é atualizado com base em diversos fatores, que vão desde a simples oferta e demanda pelo produto em questão até outros fatores micro e macroeconômicos que podem influenciar o desempenho do ativo para cima ou para baixo. 

Um investimento pós-fixado em CDI, por exemplo, provavelmente será negativamente impactado por uma queda na curva de juros. Enquanto isso, um investimento prefixado com uma taxa de rendimento positiva tende a se valorizar quando esse mesmo cenário ocorre. 

Quais as vantagens da marcação a mercado? 

Como um mecanismo que padroniza a precificação de ativos no mercado financeiro, a marcação a mercado traz diversas vantagens para investidores e até mesmo para as instituições financeiras. 

A MaM é uma maneira de assegurar um preço justo na revenda dos ativos, uma vez que o preço será definido através de critérios objetivos. Quando aplicada em fundos de investimentos, é responsável por garantir que os cotistas recebam uma distribuição proporcional de lucros e prejuízos. 

Por conta disso, também se aumenta o nível de transparência nos investimentos, que traz mais confiança e para os ativos e atrai mais investidores para o mercado financeiro. 

O que muda na renda fixa? 

Atualmente, algumas corretoras de valores mobiliários já usam a marcação a mercado como padrão para os investimentos em renda fixa. Com a nova determinação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), essa metodologia passar a ser obrigatória em CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos a partir de janeiro de 2023. 

Desta forma, o investidor verá o preço unitário (PU) de cada ativo oscilando de acordo com a volatilidade do mercado. Hoje, em instituições financeiras que ainda não adotam a marcação a mercado, se usa a marcação na curva. 

O cálculo é diferente na marcação na curva, onde o valor do título é atualizado todos os dias na carteira do cliente de acordo com a curva de juros do indexador contratado, como a Selic ou o IPCA. Como isso funciona? Se o investidor contratou, por exemplo, um CRI com taxa prefixada de 15% a.a., o valor na carteira é atualizado de acordo com o rendimento proporcional desse ativo. 

Com a marcação a mercado, o valor que o investidor verá na sua carteira é o valor de venda do ativo, ou seja, o valor que ele receberá caso deseje se desfazer daquele título antes do prazo contratado. A marcação a mercado nos títulos de renda fixa segue, por padrão, cálculo feito pela Anbima. 

É importante reforçar que a marcação a mercado não impacta investidores que planejam manter os títulos na carteira até o prazo de vencimento do contrato. Nesses casos, o investidor efetuará o resgate integral do investimento de acordo com a curva de juros do indexador contratado. 

A nova determinação da Anbima também não impacta CDBs e letras de crédito (LCAs e LCIs), que seguirão marcados na curva por padrão. Isso se dá pois, nestes investimentos, as instituições financeiras garantem a recompra dos ativos com o valor de acordo com a marcação na curva. 

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