Você sabia que, desde a independência, o Brasil já passou por nove padrões monetários diferentes?
Isso mesmo, nesses 200 anos o Brasil teve nove moedas diferentes, entre elas algumas com nomes em comum.
Quer conhecer um pouco da história do padrão monetário brasileiro? Confira a lista abaixo!
1 – Real (1822-1942)
A primeira moeda brasileira foi, na verdade, ‘importada’ do período colonial. Por não ser uma moeda fracionável em centavos como o real atual, o antigo real ficou mais conhecido pelo seu plural ‘réis’.
O padrão monetário já era adotado em território brasileiro quando o Brasil se tornou independente de Portugal. A primeira versão do real brasileiro foi oficialmente implementada em 1833 e permaneceu como moeda oficial do país até meados do século XX, sendo a moeda mais longeva de nossa história.
2 – Cruzeiro (1942-1967)
‘Cruzeiro’ é o nome de moeda que mais se repetiu ao longo desses 200 anos do Brasil como uma nação independente. O nome é uma homenagem à constelação Cruzeiro do Sul, um dos principais símbolos do país.
O padrão monetário foi implementado em 1942 pelo governo de Getúlio Vargas como maneira de uniformizar as cédulas em circulação no país – no momento, eram mais de 50 cédulas de réis circulando pelo país – e de combater a desvalorização da moeda nacional. Durante os primeiros anos do regime militar brasileiro, foi cancelada a fragmentação da moeda.
3 – Cruzeiro novo (1967-1970)
Mais uma vez tentando combater a desvalorização da moeda, o governo militar decidiu pela implementação de um padrão monetário temporário.
Com a implementação do cruzeiro novo, veio um corte de três zeros na moeda, ou seja, mil cruzeiros passaram a valer um cruzeiro novo. As notas de cruzeiros receberam um carimbo do Banco Central com seu novo valor de acordo com a nova moeda.
4 – Cruzeiro (1970-1986)
Você não está lendo errado. O novo padrão monetário, que veio após o cruzeiro novo e com o objetivo de substituir o antigo cruzeiro implementado no Estado Novo foi… o cruzeiro.
Ao ser implementado, o cruzeiro substituiu diretamente o cruzeiro novo com equivalência de valor – um cruzeiro novo valia um cruzeiro. Em 1984, devido à desvalorização da moeda, os centavos foram retirados novamente. O padrão monetário foi substituído logo após a redemocratização do país, mas o nome cruzeiro ainda retornaria novamente.
5 – Cruzado (1986-1989)
O Plano Cruzado foi mais uma das muitas tentativas do governo federal de tentar conter a inflação a partir de um novo padrão monetário.
A implementação da nova moeda, nome inspirado em uma antiga moeda portuguesa que circulou ao longo do período colonial, foi acompanhada de uma forte política de congelamento de preços. O sucesso, no entanto, foi temporário e o Cruzado ficou pouco tempo em circulação.
6 – Cruzado novo (1989-1990)
Assim como o cruzeiro novo, o cruzado novo foi implementado como uma moeda temporária. Mais um corte de três zeros aconteceu.
Uma curiosidade sobre a implementação do cruzado novo é que não houve a criação de notas de 1, 5 e 10 cruzados novos. Ao invés disto, o BC aproveitou as notas de 1.000, 5.000 e 10.000 já em circulação e adotou os tradicionais carimbos, que sinalizavam o novo valor do papel.
7 – Cruzeiro (1990-1993)
O cruzeiro fez seu segundo retorno como padrão monetário brasileiro em 1990 durante o Plano Brasil Novo – mais conhecido como ‘Plano Collor’.
Em um momento de instabilidade econômica e política no país, Collor era o quarto presidente em cinco anos, o ‘Plano Collor’ ficou infame pelo fisco de poupanças. Cerca de 80% de todo o dinheiro aplicado em cadernetas no Brasil ficou retido no BC por 18 meses, uma quantia avaliada em aproximadamente R$ 100 bilhões, 30% do Produto Interno Bruto brasileiro na época.
8 – Cruzeiro real (1993-1994)
A elevada inflação persistiu ao longo dos primeiros anos da década de 1990. Produtos básicos no supermercado chegaram a ser avaliados em milhares de cruzeiros, um movimento que forçou o governo a mais um corte de zeros na moeda.
Uma unidade de cruzeiro real era o equivalente a mil cruzeiros. O cruzeiro real foi a moeda com menor tempo de circulação na história do Brasil, apenas 11 meses.
9 – Real (1994-atualmente)
A moeda oficial atualmente em circulação no Brasil foi implementada em 1994 durante o Plano Real, um projeto liderado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso – que se elegeria presidente do Brasil em 1994 e em 1998.
O Plano Real foi a maior e mais ampla reforma econômica já executada no Brasil e, assim como seus antecessores, tinha o objetivo de conter a hiperinflação – que costumeiramente passava dos 20% ao mês. Em circulação desde 1994, o real já é a segunda moeda mais longeva da nossa história, atrás somente do seu homônimo original do período colonial.
A seguir, confira cédulas dos diferentes padrões monetários já implementados no Brasil desde a independência. Todas as imagens são do acervo do Banco Central do Brasil.
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