Blog Messem

Balanço da semana: Payroll surpreendeu, e agora?

Geração de emprego surpreendendo nos EUA. É o momento apropriado para não ajustar as taxas de juros? Para o mercado, a resposta está cada vez mais clara. 

No Brasil, um PIB acima do esperado e curva de juros voláteis; o que o futuro reserva? 

No nosso balanço da semana de hoje, confira os principais fatos que impactaram o mercado na semana passada e o que podemos esperar para os próximos dias.       

E a próxima reunião do Fed? 

O grande destaque na semana anterior ficou para a publicação dos dados do Payroll norte-americano. A geração de vagas não-agrícolas na economia dos EUA surpreendeu ao gerar 187 mil novas vagas em agosto, sendo que as projeções apontavam para uma geração de 170 mil postos de trabalho. 

Um mercado de trabalho com mais geração de vagas geralmente sinaliza um mercado de trabalho mais apertado que o previsto, mas outro indicador chamou a atenção dos investidores. A taxa de desemprego, com projeção de 3,5% para agosto, foi para 3,8%. 

Isso gerou um certo alívio para os investidores, já que a taxa pode sinalizar um esfriamento do mercado de trabalho, abrindo brecha para futuros cortes nas taxas de juros dos EUA. 

Abaixo, acompanhe a variação do Payroll e taxa de desemprego: 

Fonte: Valor Pro

A renda média por hora trabalhada, também considerada como a inflação dos salários dos EUA, subiu 0,2% em agosto com projeções apontando para 0,3%. 

Para o economista-chefe da Messem, Gustavo Bertotti, os indicadores apontam para as condições favoráveis que podem levar o Fed a não ajustar as taxas de juros na próxima reunião de política monetária do FOMC. 

A probabilidade está acima de 90%, de acordo com a plataforma Fedwatch Tool do CME Group. 

A próxima reunião do FOMC está marcada para o dia 20 de setembro. Para Bertotti, o cenário trabalhado hoje é de um início de corte nas taxas de juros apenas a partir do segundo trimestre do ano que vem. 

Surpresa no PBI e Ibovespa em recuperação 

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu bem acima das expectativas do mercado, expandindo 0,9% no segundo trimestre do ano contra 0,3% projetado. Na comparação anual, cresceu 3,4%. 

Impactada pelos dados do Payroll e PIB, a curva dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passou por volatilidade: 

Valor Pro

No Ibovespa, as condições do mercado internacional ajudaram na alta de 1,77% na semana. Na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial saiu do patamar de contração e encerrou agosto a 51. 

Abaixo, acompanhe a variação do Ibovespa: 

Fonte: Valor Pro

Os sinais de um setor industrial chinês se recuperando somado a um PIB acima do esperado e um mercado de trabalho norte-americano mostrando sinais de enfraquecimento ajudaram a impulsionar o principal indicador da Bolsa brasileira no fim da semana. 

O que vem por aí? 

A China será um grande destaque na agenda dos investidores, com três destaques importantes que podem gerar um certo impacto no mercado. 

Segunda-feira (04): no Brasil, IPC-Fipe. Na China, PMI composto Caixin. 

Terça-feira (05): no Brasil, PMI composto. 

Quarta-feira (06): nos EUA, PMI composto. 

Quinta-feira (07): na China, balança comercial. Nos EUA, pedidos por seguro-desemprego. 

Sexta-feira (08): na China, inflação ao consumidor e ao produtor.