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Balanço da semana: de olho na inflação no Brasil e nos EUA

Com os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos abaixo das expectativas e um índice de gerente de compras (PMI) de serviços acima do esperado, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor de agosto (CPI) e o índice de preços ao produtor.

No Brasil, a inflação também é o destaque no calendário econômico da semana. Divulgado na manhã desta terça-feira (12), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, levemente abaixo das projeções do mercado, de 0,29%.

No nosso balanço da semana de hoje, confira os principais fatos que impactaram o mercado na semana passada e o que podemos esperar para os próximos dias, além do cronograma de divulgação dos principais indicadores.

O que esperar da próxima reunião do Fed?

Os novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA recuaram. Juntos, somaram um total de 216 mil pedidos, abaixo da expectativa de 230 mil. Os dados fortes do mercado de trabalho americano costumam aumentar os temores de alta na taxa de juros. 

Enquanto isso, o PMI de serviços medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) subiu acima do esperado, de 52,7 pontos em julho para 54,5 pontos em agosto. 

A expectativa é de que a taxa básica de juros do país seja mantida inalterada pelo banco central americano na reunião da próxima semana, em 20 de setembro.  

A partir dos números mencionados acima, os Fed Funds passaram a precificar acima de 40% a probabilidade de aumento de 0,25 ponto percentual na reunião de 1º de novembro. Veja abaixo:

Fonte: CME Group

Zona do Euro: atividade comercial fica no menor nível em 33 anos 

Nesta semana, o Banco Central Europeu (BCE) divulga a sua decisão sobre juros, mas não há consenso sobre qual será a postura adotada pelos dirigentes. 

O PMI composto da Zona do Euro caiu de 48,60 em julho para 46,70 em agosto. O dado indica contração e está em seu menor nível em 33 meses. Trazendo, com ele, um alerta sobre a recessão econômica na Europa. 

Na divisão por país, a Alemanha, que é a principal economia do bloco, registrou queda de -0,8% (junho/julho) na produção industrial, com forte retração de 9% no setor automotivo. 

Fonte: Trading Economics

Brasil: taxas de Treasuries e aumento do preço do petróleo afetam mercado local 

É possível observar uma abertura na curva de juros, devido aos dados de desaceleração na Europa e a alta do rendimento dos Treasuries americanos. 

Fonte: Valor Pro

Esse cenário de aversão ao risco fez com que o Ibovespa caísse -2,29% na semana, embora siga positivo no ano (+5,08%).  

Entre os principais motivos, estão: o temor de nova alta dos juros americanos na reunião do Fed de novembro, os PMIs europeus indicando contração e a alta do preço do petróleo, impulsionada pela decisão da Arábia Saudita e da Rússia em intensificar os cortes na produção de barris até dezembro. 

Fonte: Valor Pro

Nesta terça-feira (12), a inflação levemente abaixo da expectativa motivou a alta dos ativos ligados ao cenário doméstico. Ainda assim, destacamos um ponto de atenção: o índice de difusão – que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços – subiu para 53,1% no último mês, contra os 46,2% de julho.

O que vem por aí? 

Terça-feira (12): às 9h, Índice de Preços ao Consumidor, no Brasil. 

Quarta-feira (13): às 9h, PIB do Reino Unido, além de Núcleo de Inflação e Índice de Preços ao Consumidor, ambos dos EUA, às 9h30. 

Quinta-feira (14): s 9h30, Índice de Preços ao Produtor, Núcleo do IPP e Pedidos de Seguro-Desemprego, todos dos EUA; às 10h30, Confiança do Empresário no Brasil; e às 23h, Produção Industrial da China. 

Sexta-feira (15): às 9h, Vendas no Varejo, no Brasil; Produção Industrial às 10h15 e Confiança do Consumidor Michigan às 11h, ambos dos EUA.