Blog Messem

Balanço da semana: decisões de políticas monetárias pelo mundo em destaque

A semana entre os dias 18 e 22 de setembro será marcada pelas decisões de política monetária nas principais economias do mundo: Estados Unidos (Fed), Brasil (Copom), Reino Unido (BoE), Japão (BoJ) e China (PBoC).

Para os brasileiros, o foco está na “Super Quarta”, quando saem as decisões do Brasil e dos EUA. Aqui, a expectativa está na magnitude do corte da taxa básica de juros. Lá, os especialistas apostam na manutenção da taxa entre 5,25% e 5,50%.

Divulgado na manhã desta terça-feira (19), o Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br), considerado a prévia do PIB do país, surpreendeu o mercado ao apresentar uma alta de 0,44% em julho. Acima da expectativa de 0,30%. No acumulado dos últimos doze meses, o IBC-Br fecha em 3,12%.

Continue a leitura e saiba quais outros dados surpreenderam as economias mundiais.

China: otimismo sobre recuperação da economia do país após divulgação de dados positivos

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou uma alta de apenas 0,1% em relação a agosto de 22, abaixo das expectativas de 0,2%. Também mostrou desaceleração da alta de 0,3% registrada em julho. ​O índice de preços ao produtor (IPP, na sigla em inglês) recuou 3% em relação ao mesmo mês do ano passado, porém menor que o declínio de 4,4% registrado em julho.

Fonte: Valor Pro (2023)

Os dados da produção industrial e das vendas no varejo, ambos acima das expectativas, mostram que é possível que a série de medidas desenvolvidas pelo governo para impulsionar o consumo e fortalecer a economia do país estejam fazendo efeito. A produção industrial apontou uma alta de 4,5% em relação a agosto de 2022 (expectativa de 4,1%), enquanto as vendas no varejo registraram uma alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado (expectativa de 3,5%).

Estados Unidos: banco central deve manter juros no patamar atual 

O CPI teve análise mista. O dado apresentou uma alta de 0,6% no mês de agosto, em comparação ao mês de julho. No acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,7%. As expectativas eram de 0,6& e 3,6%, respectivamente. Já o PPI veio acima das expectativas, com uma alta de 0,7% no mês e 1,6% no acumulado dos doze meses. As projeções eram de 0,4% e 1,2%, respectivamente.

Enquanto isso, a produção industrial também registrou alta, com + 0,4% em agosto, enquanto a taxa de capacidade instalada subiu 0,2%, registrando 79,7% em agosto.

Fonte: Valor Pro (2023)

Com os dados mencionados anteriormente mostrando resiliência, apresentando uma economia ainda forte, a expectativa é de que os juros permaneçam em alta por mais tempo. Para a reunião de novembro, por exemplo, que divide opiniões entre os especialistas, o Fed ainda deve analisar outros dados, como o Payroll.

Brasil: IPCA abaixo das projeções, IBC-Br acima das expectativas

A inflação foi o destaque da última semana. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, levemente abaixo das projeções do mercado, de 0,29%. Ainda assim, o índice de difusão mostra que a inflação se espalhou mais em agosto. Ele subiu para 53,1% no último mês, contra os 46,2% de julho.

Entre as altas, apareceram os seguintes setores: habitação, saúde e cuidados pessoais e transportes.​ Entre as quedas: alimentos e bebidas (terceiro mês consecutivo de retração).

O IPCA abaixo das expectativas no Brasil, supondo o corte na taxa de juros, somado a dados econômicos da China, como a redução do compulsório e resultados positivos na indústria e no varejo, fez com que o índice Ibovespa fechasse o pregão de sexta com alta de 2,99% na semana, além de 8,22% positivo acumulado no ano.

Fonte: Valor Pro (2023)

Já a curva de juros encerrou a semana em linha com os Treasuries, mas desacelerando em relação à semana anterior. Entre os principais drivers para a abertura da curva, destacamos: dados da produção industrial e pedidos de seguro-desemprego nos EUA.

Fonte: Valor Pro (2023)

Divulgado hoje, 19, o Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br) surpreendeu ao apresentar uma alta de 0,44% em julho. Acima da expectativa de 0,30%. No acumulado dos últimos doze meses, o IBC-Br fecha em 3,12%.

Amanhã, dia 20, as atenções se voltam para a reunião do Copom, que divulgará a definição da taxa básica de juros brasileira para os próximos 45 dias. A expectativa do mercado é que o Banco Central corte a taxa em 50 pontos porcentuais, chegando a 12,75% a.a., com comunicado em tom mais dovish.

O que vem por aí? 

Nesta semana, as decisões de políticas monetárias pelo mundo são os destaques

Na terça (19): às 9h, Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br); às 23h59, divulgação da taxa de juros da China de 1 e de 5 anos.

Na quarta (20): às 9h, Índice de Preços ao consumidor e ao produtor no Reino Unido; às 15h, decisão sobre a taxa de juros nos Estados Unidos; às 18h30, decisão sobre a taxa de juros no Brasil.

Na quinta (21): às 8h, decisão sobre a taxa de juros no Reino Unido; às 9h30, pedidos de seguro-desemprego nos EUA.

Na sexta (22): à meia-noite, decisão sobre a taxa de juros no Japão; às 5h, PMI de Serviços e Composto da Zona do Euro; às 10h45: PMI de Serviços e Composto dos Estados Unidos.