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Balanço da Semana: economias mundiais entram em processo de desaceleração

A semana será marcada pela divulgação de importantes dados econômicos do Brasil, Estados Unidos e China. No cenário doméstico, foi divulgado na manhã desta terça-feira (5) o PIB do terceiro trimestre. Com relação ao trimestre anterior, quando houve um crescimento de 1%, a variação foi de apenas 0,1%.

Considerando a janela anual, a alta acumulada em quatro trimestres é de 3,1%. Já no acumulado dos nove meses deste ano, o aumento foi de 3,2% contra o mesmo período do ano passado.

Entre os setores, destaque para Agropecuária, com recuo de 3,3%. Ainda assim, ele acumula uma alta de 18,1% no ano. Já no setor de Serviços, o mais importante da economia brasileira, a alta foi de 0,6%.

Estados Unidos: primeiro corte nos juros norte-americanos deve ocorrer em março de 2024, segundo especialistas

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de outubro nos Estados Unidos apresentou estabilidade (0,0%) na base mensal e subiu 3% na anual. As expectativas eram de uma alta mensal de 0,2% ante setembro e um acumulado anual de 3,1%.

Fonte: Trading Economics (2023)

Já o núcleo do PCE, que desconsidera as variações de preços dos setores de alimentos e energia (bens voláteis), subiu 0,2% em outubro ante setembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 3,5%. Os resultados vieram em linha com as expectativas do mercado.

A renda pessoal avançou 0,2% em outubro, abaixo dos 0,4% registrados em setembro. Os gastos com consumo também reduziram, de 0,7% no mês anterior para 0,2%.

Ainda que a política monetária esteja desacelerando a economia americana, conforme visto nos indicadores atuais do país, Jerome Powell, presidente do Fed, seguiu com o tom conservador em discurso. “Seria prematuro concluir com confiança que alcançamos uma postura suficientemente restritiva ou especular sobre quando a política poderia ser flexibilizada”, disse.

Para os especialistas (97%), os juros norte-americanos devem ser mantidos no intervalo atual de 5,25% e 5,50% na reunião do Fed de 13 de dezembro. Já para a reunião de 20 de março, 54% dos especialistas acreditam que deve ocorrer o primeiro corte na taxa, chegando ao patamar de 5% a 5,25%, segundo a dados da CME Group.

Fonte: CME Group (2023)

Brasil: novembro registra maior fluxo de investidores estrangeiros na B3 no ano

Depois da fuga de capital externo nos meses de setembro e outubro, os investidores estrangeiros estão voltando para a bolsa brasileira. Em novembro foi registrado o maior aporte mensal do ano até o momento: R$ 21,024 bilhões. No ano, o saldo positivo é de R$ 27,392 bilhões.

Um dos motivos é a mudança das expectativas para a política monetária nos Estados Unidos, com o mercado iniciando as apostas de quando a taxa de juros deve começar a cair.

Os indicadores da economia americana divulgados na semana passada influenciaram a queda dos rendimentos dos Treasuries e também a curva de juros brasileira, que acompanhou esse movimento e fechou a semana com queda expressiva.

Fonte: Valor Pro (2023)

Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse que o ritmo de corte de 0,5 ponto percentual da Selic segue sendo apropriado, mas deve reavaliar para as próximas reuniões.

Com base nesse contexto, observa-se um maior apetite a risco no cenário global. A Bolsa de Valores brasileira registrou alta de 2,13% na última semana. No ano, os ganhos chegam a 16,81%.

 

Fonte: Valor Pro (2023)

O que vem por aí?

Quarta-feira (06): variação do emprego privado e balança comercial nos EUA.

Quinta-feira (07): balança comercial na China, PIB do terceiro trimestre na Zona do Euro e pedidos de seguro-desemprego nos EUA.

Sexta-feira (08): Payroll, remuneração média por hora e taxa de desemprego nos EUA, além de índice de preços ao produtor e ao consumidor na China.