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Quando a Selic vai baixar?

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pela manutenção da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva.

Depois de um ciclo de alta que durou 18 meses, projeta-se que o ciclo de queda da Selic terá início em 2023. O momento e o tamanho do corte nos juros, no entanto, permanecem tema de debate no mercado brasileiro.

No texto de hoje, vamos te mostrar qual a visão do mercado para a Selic em 2023 e nos próximos anos e o que mudou nas projeções para a taxa de juros ao longo dos últimos meses. Confira!

A Selic em 2023

Como citado acima, a taxa básica de juros da economia brasileira está atualmente em 13,75% ao ano. A última alteração na Selic ocorreu em agosto do ano passado, quando o Copom elevou a taxa em 50 pontos-base.

O ciclo de alta dos juros foi interrompido, principalmente, por conta de uma forte desaceleração na inflação brasileira. Entre julho e setembro de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou três meses consecutivos de deflação.

A sequência de deflação fez o IPCA sair de um acumulado de 11,88% nos últimos 12 meses até junho para 7,16% em setembro. Com a desaceleração da inflação, criou-se expectativa no mercado acerca do momento em que o comitê do Banco Central (BC) iniciaria o seu ciclo de corte nos juros.

Durante o último trimestre do ano passado, a maioria dos especialistas do mercado projetava que o primeiro corte na Selic aconteceria no segundo trimestre de 2023, ou seja, entre os meses de abril e junho. Este cenário, no entanto, vem mudando recentemente.

Hoje, o mercado não enxerga mais como provável que a Selic entre em trajetória descendente até junho e projeta que esse movimento só deve iniciar no segundo semestre de 2023.

O Relatório Focus do dia 11 de novembro de 2022 apontava que a Selic encerraria 2023 em 11,25% ao ano. A edição mais atualizada do relatório de mercado do BC mostra que as instituições financeiras do país apostam que a taxa encerrará o ano em 12,50% ao ano.

O que mudou a visão do mercado?

Segundo Gustavo Bertotti, economista da área de Renda Variável da Messem Investimentos, as recentes correções para cima das projeções do mercado acontecem após uma deterioração do cenário macroeconômico.

“Há uma preocupação muito grande com a ancoragem fiscal”, aponta Gustavo, que cita a atual indefinição acerca do Teto de Gastos como um fator de risco no radar do mercado e do Copom. Para ele, o estresse nas curvas de juros, de curto e longo prazo, pode indicar que o país pode não conseguir realizar uma ancoragem fiscal eficiente.

“No Focus, hoje, a gente observa uma deterioração do cenário macroeconômico, ou seja, um aumento das expectativas de inflação e de Selic para esse ano. Nós começamos o ano com uma expectativa de Selic em 11,75% (a.a.) para 2023 e hoje ela já está em 12,50%”.

Sobre a inflação, destaca-se a difusão registrada no IPCA de dezembro, a maior desde maio de 2022. “Isso mostra que a inflação se espalhou mais pelo Brasil”, explica o economista. Na outra ponta, Gustavo afirma que a reabertura da economia chinesa é um fator positivo e pode ajudar países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil”.

Um possível corte nos juros dependerá de uma série de fatores, que serão avaliados com atenção pelo Banco Central e seu Comitê de Política Monetária.

“Principalmente em relação a meta de inflação”, aponta Gustavo. “Estamos vendo as expectativas (de inflação) subirem e o Banco Central vai se manter vigilante quanto a isso”.

O cenário nos EUA

Por último, o economista destaca que o cenário de inflação nos Estados Unidos e a condução da política monetária norte-americana pelo Federal Reserve – banco central do país – podem ter impacto significativo no Brasil. Dados muito acima do esperado no Payroll, relatório do mercado de trabalho, indicam que o país o país pode enfrentar nova aceleração da inflação.

“Isso é algo que pode passar a impressão de que o Fed errou a dose novamente nos juros, subestimando o mercado de trabalho”, aponta Gustavo, que considera que a instituição deveria ter mantido o ritmo do aperto monetário em 50 pontos-base ao invés de desacelerar o aumento para 25 pontos.

Esta situação nos EUA pode fazer com que o dólar volte a subir ante o real A moeda norte-americana, que acumulou queda de mais de R$ 0,20 no primeiro mês de 2023, voltou a subir após a decisão de política monetária do Fed nesta semana.

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