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Fundos de previdência: os melhores gestores, com menores taxas de Imposto de Renda

  

moedas douradas com ampulheta e pessoas

O que muita gente não sabe é que um plano de previdência é, por definição, um fundo de investimentos. Apesar de ter algumas particularidades, específicas para a previdência complementar, não deixa de ser um fundo – e ter todas as vantagens de um.

E o que é um fundo de investimentos?

Pense em um condomínio. Ou uma sociedade. É mais ou menos assim que funciona um fundo. Só que ao invés de apartamentos, cada um é dono de uma COTA e o “condômino” (você, que investe) é chamado de COTISTA.

Como em um condomínio, o fundo também tem um “síndico”. É o papel do GESTOR. Um gestor, na verdade, geralmente é uma empresa inteira. Ou uma pessoa física, mas com uma equipe multidisciplinar de analistas, matemáticos e vários outros profissionais, que tem como função exclusiva gerir o dinheiro dos cotistas, de forma que ele renda o máximo possível dentro das regras pré-estabelecidas no fundo.

E aqui, é importante destacar este ponto: dentro das regras pré-estabelecidas. Um gestor não tem carta branca para agir com o seu dinheiro. Além de todas as regulamentações dos órgãos legais, um fundo tem suas regras próprias e os gestores têm o dever de respeitá-las.

Se você compra uma cota de um fundo que é exclusivamente de renda fixa, por exemplo, não importa o quanto o gestor goste de ações, o quanto a bolsa está subindo e poderia gerar mais rentabilidade para o fundo. O gestor não pode investir o dinheiro dos cotistas em algo que não seja renda fixa, pois isso é contra as regras que foram estabelecidas quando o fundo foi criado.

No fim das contas, a gestora de fundos acaba atuando como uma funcionária dos próprios cotistas. Ela precisa defender os interesses de quem está investindo seu dinheiro ali e é justamente remunerada por isso.

Geralmente, a remuneração do fundo é dada por taxas, em cima do valor investido. É aí onde o conhecimento vai fazer toda a diferença para que você escolha entre os mais diversos fundos que existem no mercado.

Quanto custa um Fundo de Previdência?

Se estamos falando de taxas, “quanto menor, melhor”, certo? Nem sempre! O ideal é que as taxas estejam balanceadas com o seu retorno.

Imagine dois fundos: um fundo A, que cobra 1% de taxa de administração, mas te oferece um retorno de 3% ao ano. E outro fundo B, que cobra 2% de taxa, mas te oferece 6% ao ano. Qual você prefere?

Do ponto de vista da taxa, sozinha, é fácil escolher entre quem cobra menos. Mas o ideal é que isso seja sempre balanceado com o retorno que você tem. E para escolher entre os dois, não tem jeito: você precisa fazer contas!

Vamos supor que você queira investir R$ 1.000 e tem esses dois fundos pra escolher. Calculando a rentabilidade, depois de descontar as taxas:

  • No fundo A, com uma taxa de 1% sobre 3%, a rentabilidade real vai ser de 2,97%.

  • No fundo B, com uma taxa de 2% sobre 6%, a rentabilidade real vai ser de 5,98%.

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Com um rendimento maior, vale a pena pagar o dobro de taxa. De maneira geral, o “preço” de um Fundo de Previdência é dado por três taxas:

Taxa de Administração

É a taxa paga aos gestores, pela administração do fundo. Geralmente, essa taxa é um percentual do patrimônio total do fundo, medido ao ano – mas cobrado diariamente.

Taxa de Carregamento

Ela foi criada como um adendo à taxa de administração, mas está sendo abandonada pela maioria das gestoras. Existem muitos fundos no mercado que cobram ZERO de carregamento, com desempenhos excelentes. Ou seja: não existe mais motivos para você pagar essa taxa! Pior ainda, algumas instituições cobram a taxa de carregamento de entrada, cobrada no momento que você investe, e alguns cobram uma taxa de carregamento de saída, que acaba sendo difícil de detectar, em caso de portabilidade ou resgate do seu fundo.

Taxa de Performance

Também chamadas de “taxa de rentabilidade”, estas taxas são comuns em fundos que visam superar o rendimento de algum índice, que sirva de referência para aquele fundo. Por exemplo, um determinado fundo pode escolher o CDI como referência. Caso o gestor consiga uma rentabilidade acima do CDI, os cotistas o premiam com uma taxa sobre o que exceder essa referência.

Quanto eu ganho com um Fundo de Previdência?

Depois de entender o mais importante, que são os custos envolvidos em um plano de previdência, fica mais fácil você comparar e calcular entre os possíveis ganhos que cada fundo oferece.

É fundamental entender que, uma vez dentro de um fundo, seu dinheiro não é mais contabilizado de forma separada. Ele agora faz parte do chamado “patrimônio líquido” do fundo – que é, basicamente, a soma do dinheiro de todos os cotistas.

Seu rendimento e suas taxas serão sempre proporcionais ao valor que você investiu, é claro, mas ter este conceito em mente ajuda a evitar muita confusão: em um fundo, você faz parte de um conjunto muito maior.

A rentabilidade de um fundo pode ser medida de muitas maneiras, mas a mais comum delas é atrelar os ganhos a um índice ou indicador. Mesmo os fundos de renda variável, como os de ações, também usam os índices como comparativo. Este comparativo é chamado de benchmark.

Um benchmark muito comum é o CDI – a taxa de referência usada pelos bancos para os depósitos entre si. Basicamente, o CDI é tomado como o “custo padrão” do dinheiro no Brasil. Por isso, muitos fundos tentam replicar este índice, manter uma média próxima a ele ou até superá-lo.

Para se ter uma ideia, a remuneração das cadernetas de poupança é estipulada em 70% do CDI. Muitas aplicações de renda fixa também usam essa taxa como base, como os CDBs, LCI e LCA.

O que pode confundir algumas pessoas é que a grande maioria dos fundos de previdência tem rendimento pós-fixado. Isso significa que, no momento do investimento, não há como saber exatamente o valor do rendimento – apenas uma base comparativa, ou o benchmark.

Por isso, vale a pena conferir a rentabilidade do fundo no passado, no material de divulgação dele. Apesar de rentabilidades passadas não garantirem o futuro, no caso dos fundos o passado pode ser um bom indicador de uma gestão mais eficiente dos recursos.

Faz sentido, tendo em mente que a gestão eficiente do dinheiro é justamente o que se procura, quando se decide por um fundo, não é? E, claro, é interessante comparar! Não aceite o primeiro fundo que lhe é oferecido. Faça comparações com outras gestoras e seguradoras, antes de escolher o melhor para você.

Em sumo, nos fundos de previdência você tem acesso os melhores gestores do mercado, com menores taxas de Imposto de Renda. Parece um bom jogo, não?

Lucas Bicudo
Jornalista da Messem Investimentos